A Palavra Livre de Mortágua

Sexta-feira, 20 de Fevereiro de 2009
De Folias e Foliões

 Deixem-me, antes de mais, dizer que é com grande prazer que vejo o Carnaval regressar às ruas de Mortágua. Não porque seja particular adepto das folias carnavalescas, que não sou, mas porque é sempre bom ver as colectividades locais juntas, em festa.

O regresso dos foliões, ainda que de forma tímida face aos festejos idos, efectua-se após 6 anos de interregno.

Corria o final do ano de 2002 quando foi anunciada pelo vereador à altura com responsabilidades na cultura que seriam a partir de então as colectividade a organizar os festejos carnavalescos. Assim… sem mais nem menos. Festejos esses que começaram a ser de facto de organização popular, através das inúmeras colectividade que há no concelho.

Acontece que após esse início conduzido pela mão do povo a autarquia foi-se gradualmente apropriando da organização destes festejos que marcam o principiar da Quaresma, desprovendo assim, ao longo de alguns anos, as Associações de capacidade organizativa conjunta.

Para colmatar essa mudança de organizadores foram distribuídos cheques como prémio de participação, cabendo tão só às Associações perfilarem-se na “rua da GNR” no Domingo Gordo e aguardas o sinal de partida.

Em 2003, primeiro ano destes 6 sem carnavais, recordo-me de Associações que tinham já os seus carros prontos, a custo de muitas horas dispensadas, sempre depois de saírem dos seus empregos, pelo povo do nosso Concelho. Aconteceu que a pequena comissão ad hoc apadrinhada pela Câmara para a organização dos festejos não saiu da intenção.

Tive hipótese já de expressar o que entendo do movimento associativo. Fica aqui, talvez fora de tempo, uma pequena reflexão: enquanto, aquando da realização dos serões de aldeia, se andou a passear os dirigentes associativos pelo país fora dever-se-ia ter-lhes dado formação adequada para que um dia possa tomar em mãos o movimento associativo do concelho sem terem que chorar constantemente o apoio financeiro da autarquia. Algumas das associações do nosso concelho, principalmente as mais temáticas e com sede na vila, tem toda a obrigação de se tornarem auto-suficientes financeiramente. Com a liberdade financeira surgem todas as outras.

Por último, e como é Carnaval e nada parece mal, é curioso que as actividades carnavalescas ressurjam pela mão da autarquia em ano eleitoral. Julgo estarem assim esclarecidas as dúvidas do amigo articulista Pais Teixeira quanto às motivações das despesas previstas para este ano.

 

 


ver aqui post anterior sobre este mesmo assunto


sinto-me:

publicado por Mário Lobo às 10:22
link do post | comentar | favorito

Sexta-feira, 21 de Dezembro de 2007
Tesourinhos Deprimentes II

Foi por tempos da segunda organização da Festa da Juventude em que participei, não posso precisar a altura. Mas quase de certeza Novembro de 2002.

Como tal não sei se esta pequena conversa que vou transcrever se referia a 2003 ou a 2004 (certamente 2003, devido à data da conversa), mas de qualquer maneira foi assim:

Eu - Acho que as associações deviam ser mais autónomas. Deviam ser incentivadas a organizar eventos como a Feira das Associações por elas próprias.

Vereador - Mas isso já está a ser pensado. Olha, por exemplo, para o ano o Carnaval é organizado pelas associações.

E - Assim sem mais nem menos? Sem processo gradual [de emancipação]? Vai dar asneira.

V - Lá estás tu com as tuas coisas.

E - Se assim fôr não há carnaval em Mortágua durante pelo menos 5 anos.

 


 

Das coisas que menos prazer me dá, neste campo, dizer é "Eu avisei-vos!"

Não sei 2008 (devido a não conseguir de facto localizar melhor a conversa no tempo) será o 5º ou o 6º ano consecutivo sem Corso Carnavalesco. em Mortágua. Quase por certo o 6º, portanto, aí vai:

Eu avisei-vos!

 

Este é um exemplo de como esta autarquia matou a dinâmica associativa no concelho de Mortágua. O Corso Carnavalesco Mortaguense, que tudo deve a pessoas como o querido, infelizmente já ido, Paulo Carvalho e a outros "carolas" foi absorvido pela Câmara que chamou a si a sua organização.

Habituou as associações a terem toda a organização servida em pratos de porcelana e talheres de prata.

Depois, com um rude golpe, "devolve" a organização às totalmente impreparadas associações.

Quando as associções sabiam pescar, a câmara ludibriou-as oferecendo faustosos banquetes de peixe. De barriga cheia, estas deixaram de pescar. Agora nem peixe nem cana.

 

Ficam as recordações desses tempos, nestas fotografias que se seguem.

 

 

 

 


sinto-me:

publicado por Mário Lobo às 07:22
link do post | comentar | favorito

mais sobre mim
pesquisar
 
Março 2012
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2
3

4
5
6
7
8
9
10

11
12
13
14
15
17

18
19
20
21
22
23
24

25
26
27
28
29
30
31


posts recentes

De Folias e Foliões

Tesourinhos Deprimentes I...

arquivos

Março 2012

Outubro 2011

Agosto 2011

Julho 2011

Junho 2010

Maio 2010

Abril 2010

Março 2010

Fevereiro 2010

Outubro 2009

Agosto 2009

Julho 2009

Abril 2009

Março 2009

Fevereiro 2009

Janeiro 2009

Dezembro 2008

Novembro 2008

Outubro 2008

Setembro 2008

Agosto 2008

Julho 2008

Maio 2008

Abril 2008

Março 2008

Fevereiro 2008

Janeiro 2008

Dezembro 2007

Outubro 2007

Setembro 2007

Agosto 2007

Julho 2007

Junho 2007

Maio 2007

Abril 2007

Janeiro 2007

Julho 2006

Maio 2006

Abril 2006

Março 2006

Dezembro 2005

Setembro 2005

Julho 2005

Junho 2005

Setembro 2004

tags

todas as tags

links
blogs SAPO
subscrever feeds