A Palavra Livre de Mortágua
Sexta-feira, 5 de Janeiro de 2007
Rei Morto, Rei Posto

Publicado na Defesa da Beira a 5 de Janeiro de 2007


Sem grande cerimónia e com bastante celeridade foi executado por enforcamento o antigo lider Iraquiano. Quanto ao merecimento da pena de morte nada a dizer, a dizcussão não passa por aí. A pena de morte deve ser discutida por si só, e ou se é contra ou favor.

A questão fulcral neste enforcamento é a rapidez com que o Governo do novo Iraque Democrático o aplicou.

Saddam Hussein foi julgado por ter mandado matar cerca de 130 pessoas como forma de represália a uma tentativa de assassinato contra ele prepertada, isto já em 1983. Não é minha ideia versar sobre a validade do processo que o condenou, para isso a Human Rights Watch (Observatório dos Direitos Humanos) já disse o que havia a dizer. Ainda assim de relembrar:

·         Uma grande parte das sessões onde foram apresentadas as provas da acusação decorreram à porta fechada;

·         Aos advogados de defesa foi negado o acesso às provas da acusação;

·         O Juiz que presidia ao tribunal foi substituido inumeras vezes;

·         E dezenas de outros atropelos que podem ser verificados no site dessa organização.

Ainda assim o julgado, a par com outros dois seus antigos “ajudantes” foram considerados culpados e condenados à pena capital por crimes contra a humanidade. Não sendo de descurar a gravidade do gratuito assassinio de mais de 130 pessoas dificilmente se poderá isto considerar um crime contra a Humanidade.

Porquê toda esta pressa em eliminar fisicamente o rosto do antigo regime?

De lembrar que contra Saddam corriam nos tribunais iraquianos uma série de outros processos relaccionados com outras tantas situações semelhantes, se não piores, à que foi julgada. De referir o gaseamento dos curdos pela mesma altura, coincidentemente numa das visitas que Rumsfeld fez ao então amigo Saddam.

Talvez todos esses outros crimes que agora ficarão para sempre por julgar estejam interissecamente ligados à Guerra Irão-Iraque, e ao apoio que os americanos davam a esse tempo ao Terrivel Ditador Iraquiano.

Talvez se prendam com a complacência de uma embaixadora america que, informada das intenções do regime de Bagdad numa conversa com o seu lider, veio afirmar que “a leste nada novo” enquanto era preparada para daí a dias a invasão do Kuwait.

Talvez se prendam ainda com a mais horrivel das chantagens que é obrigar um País a vender ao desbarato o que de mais valioso tem para poder obter alimentos, como se verificou no Food-for-Oil (Comida Por Alimentos).

Arrisco em afirmar que nada disto terá a ver com o petróleo. Ou alguem acredita que os americanos seriam capazes de invadir um país para nele estabelecer um governo fantoche? Um governo em que cada gabinete tem um elemento americano, desde o gabinete do Primeiro Ministro ao mais simples Administrador Regional.



publicado por Mário Lobo às 09:00
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