A Palavra Livre de Mortágua
Sexta-feira, 15 de Junho de 2007
Pois bem...
Aqui estou para contestar e opinar acerca do meu querido concelho.
Quero que, esta primeira entrada seja em grande. Com tal, e mediante uma conversa com o Amarelo acerca do Medo de falar, das pessoas se pronunciarem, deixo um trecho para posterior reflexão. O autor, José Gil está consagrado como um dos 25 Grandes Pensadores do Mundo Inteiro, pelo "Nouvel Observateur". Desta feita, em 2004 editou um livro intitulado "Portugal, Hoje O Medo de Existir, que eu aconselho vivamente a todas as pessoas que se interessem por Portugal e, que tenham sentido de reflexão e ponderação acerca do nosso contexto envolvente, enquanto sociedade.
Porquê escrever acerca deste livro? A meu veu, conceitos como cidadania activa, participação, democracia, ainda há muito para batalhar e, agir neste sentido. Tal como a história dos eucaliptos na nossa querida Mortágua. Nós temos sim senhor algo a dizer. Será catastrófico se não o fizermos. Comprometemos as gerações vindoras. Não é uma visão assustadora, mas sim realista. Como será o concelho de Mortágua daqui a 20 anos? Queres cultivar os campos e, estes estão perfeitamente áridos para as sementes, chupados pela vegetação abundante dos eucaliptos. Queres levar os teus filhos para uma paisagem verdejante e, o verde que encontras é um cinzento, o verde acinzentado dos eucaliptos. E a manta morta? Fantástica! As folhas dos eucaliptos são tão boas que, nem desaparecem, nem a terra as quer para decompôr! Bonito o panorama...
Tendo em conta que a água potável será num futuro muito próximo o novo "petróleo", então o que fazemos num concelho em que este bem tão precioso serve sim para engrossar as tais árvores malditas? O que está por detrás desta abundância de eucaliptos senão interesses pessoais para encher os bolsos? E nós deixamos?
Prosseguindo, eis o trecho de que falava atrás, que penso dizer muito acerca do nosso Medo de contestar:
" Porque o 25 de Abril não conseguiu abolir a divisão instruído/ sem instrução que correspondia mais ou menos ao par poder-saber / pobreza-ignorância do tempo do salazarismo. Porque na sociedade portuguesa actual, o medo, a reverência, o respeito temeroso, a passividade perante as instituições e os homens supostos deterem e dispensarem o poder- saber não foram ainda quebrados por novas forças de expressão da liberdade.
Numa palavra, o Portugal democrático de hoje é ainda uma sociedade de medo. É o medo que impede a crítica. Vivemos numa sociedade sem espírito crítico - que só nasce quando o interesse da comunidade prevalece sobre o dos grupos e das pessoas privadas."
Ora, comentários?
De áqua a 21 de Agosto de 2007 às 15:36
Comentários?os vossos post falam sempre da mesma coisa...que não há liberdade de expressão, que há repressão da palavra,e a reverência para aqui, e a censura para acolá...e o 25 de Abril isto, e o 25 de Abril aquilo!a revolução dos cravos trouxe-nos muita coisa, não só a possibilidade de dizer o que queremos, mas também a de arregaçar as manguinhas e tentar mudar aquilo que consideramos estar errado!!!.definitivamente estão a enveredar pela critica fácil e a roçar o aborrecimento!!já chateiam os vossos argumentos!só me apetece dizer: falam falm,falam falam...mas não vos vejo a fazer nada!!!fico chateado,concerteza que fico chateado!!!
Caro amigo.... o 25 de abril dá-me a liberdade de o fazer
Tal como tu a tens. Crias o teu blog, que são de graça no Sapo, e tens toda a liberdade para opinar como quiseres.
Com a criação do blog talvez se te possa conhecer a identidade. Reclamar do escuro é fácil, vir à frente dar a cara e aguentar é que custa.
Por isso, agora e sempre, e infelizmente cada vez mais, a exaltação e o relembrar dos valores de Abril é importante para fazer frente àqueles que das mais variadas formas nos querem cercear a voz.
De
catarina a 24 de Agosto de 2007 às 16:34
Caro Indivíduo sem nome:
No que concerne ás suas palavras de crítica aos nossos posts, posso dizer que efectivamente o(a) compreendo relativamente à prática da crítica. É um argumento válido como outro qualquer. A questão que coloco à sua consciência (sendo animal racional têm-na certamente) baseia-se nisto: o que faz diariamente, de acordo com a sua consciência da crítica para não pactuar com o sistema instituído?
Penso que é do senso comum saber-se que em Portugal muito se critica e, na hora da verdade... engolem-se as palavras ditas e, faz-se de conta que não é connosco. Pois bem, gostaría de debater abertamente esta questão consigo. É possível? Ou não?
"Não vos vejo a fazer nada!" Mas, será que uma entidade de cariz omnipresente que contactou comigo? Será? Fala assim como se estivesse dentro da vida de cada um de nós e soubesse o que fazemos todos os dias a todas as horas.
Não deixa de ser caricata a forma como se dirige às pessoas deste blog no que diz respeito à crítica, mas onde está a(s) sua(s) mais valia, a sua intervenção consistente, de forma a enriquecer o nosso blog? Não encontrei... talvez esteja camuflada nas palavras divinas da Sua Excelência Omnipresente. Esclareça-me, se assim o achar pertinente. Se não, hasta la vista.
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