Temos no nosso concelho colectividades com um já longo historial de promoção cultural. Quer através dos espectáculos que levam à cena, quer através de outras colectividades que convidam de todo o país e mesmo do estrangeiro. O aproveitamento dos edifícios escolares que vão ficar vazios pode em muito promover a actividade cultural em Mortágua. Podemos, com recurso a esses espaços, dar um salto qualitativo e quantitativo no que toca à cultura.
As perto de meia centena de salas, em cerca de 30 edifícios escolares, que vão ficar disponíveis são, grosso modo, todas iguais. Construção, disposição e áreas semelhantes. Esta uniformidade torna possível a elaboração de um projecto de utilização integrado.
Todas estas salas são potenciais espaços multiusos. Podem receber centros de dia, espectáculos, pequenas conferências e reuniões, camaratas improvisadas, etc… Podem ainda servir de base de apoio a actividades lúdicas e turísticas.
Para possibilitar esta utilização multifacetada é necessário ter equipamentos modulares que facilmente se transportem e se montem onde haja necessidade. Tomemos a exemplo uma camarata. Recorrendo a beliches tipo militar, a uma carrinha e a duas pessoas, rapidamente se pode montar um dormitório em qualquer local do concelho. Pode assim receber-se um grupo cultural que venha participar num qualquer evento. Acolher um grupo de uma colónia de férias. Instalar provisoriamente, no caso de uma necessidade, um conjunto de pessoas…
Com a mesma facilidade se pode montar um palco e uma plateia, organizar uma sala de reuniões, instalar um serviço de apoio a uma das provas desportivas que temos no concelho. Haja ideias e a infra-estrutura estará lá. Utilizável, reutilizável e, mais importante, com a faculdade de estar replicada quase meia centena de vezes por todo o nosso território.
A utilização enquanto centros dia irá por seu lado permitir atenuar o rude golpe que é privar uma povoação da sua escola. A existência destas estruturas permitirá acolher os idosos que são cada vez mais os únicos habitantes das nossas aldeias, ocupando-os com actividades lúdicas e culturais. Permite ainda suportar os já existentes serviços de apoio ao idoso.
É urgente e importante que surjam projectos válidos para todo este património imobiliário, sob pena de o vermos degradar-se perante a nossa inércia ou, pior, de o vermos entregue à iniciativa privada e mercantilista como vai acontecendo um pouco por todo o país.
Foi por tempos da segunda organização da Festa da Juventude em que participei, não posso precisar a altura. Mas quase de certeza Novembro de 2002.
Como tal não sei se esta pequena conversa que vou transcrever se referia a 2003 ou a 2004 (certamente 2003, devido à data da conversa), mas de qualquer maneira foi assim:
Eu - Acho que as associações deviam ser mais autónomas. Deviam ser incentivadas a organizar eventos como a Feira das Associações por elas próprias.
Vereador - Mas isso já está a ser pensado. Olha, por exemplo, para o ano o Carnaval é organizado pelas associações.
E - Assim sem mais nem menos? Sem processo gradual [de emancipação]? Vai dar asneira.
V - Lá estás tu com as tuas coisas.
E - Se assim fôr não há carnaval em Mortágua durante pelo menos 5 anos.
Das coisas que menos prazer me dá, neste campo, dizer é "Eu avisei-vos!"
Não sei 2008 (devido a não conseguir de facto localizar melhor a conversa no tempo) será o 5º ou o 6º ano consecutivo sem Corso Carnavalesco. em Mortágua. Quase por certo o 6º, portanto, aí vai:
Eu avisei-vos!
Este é um exemplo de como esta autarquia matou a dinâmica associativa no concelho de Mortágua. O Corso Carnavalesco Mortaguense, que tudo deve a pessoas como o querido, infelizmente já ido, Paulo Carvalho e a outros "carolas" foi absorvido pela Câmara que chamou a si a sua organização.
Habituou as associações a terem toda a organização servida em pratos de porcelana e talheres de prata.
Depois, com um rude golpe, "devolve" a organização às totalmente impreparadas associações.
Quando as associções sabiam pescar, a câmara ludibriou-as oferecendo faustosos banquetes de peixe. De barriga cheia, estas deixaram de pescar. Agora nem peixe nem cana.
Ficam as recordações desses tempos, nestas fotografias que se seguem.
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