A Palavra Livre de Mortágua

Sexta-feira, 16 de Abril de 2010
Ainda as Ecolas

Não tenho por hábito meu responder a respostas, ainda para mais quando aparentemente desprovidas de qualquer sentido. Mas desta feita tem que ser.

Na edição passada este Jornal deu  à estampa um artigo intitulado “A Escola”. Este artigo apresenta-se como sendo resposta a um por mim escrito anteriormente bem como a outro da articulista Luz Canário. Refiro desde já que falo só por mim, desconhecendo qual a posição da colega escriba.

O autor do dito texto faz prova dum total despeito pelo património imobiliário do Concelho. Desconheço quais os motivos que o levarão a tal. Mas vou, se tal me for permitido, fazer aqui uma reflexão pública.

Para entender em plenitude os motivos de tal desprendimento, para não dizer asco, pelo parque escolar  Mortaguense seria talvez interessante saber em que qualidade escreve esse articulista o seu texto:

 

1.   Será enquanto Deputado Municipal?

Se assim for representará uma visão despótica comum a toda a bancada política que integra? Será objectivo dessa força política a venda de todas as Escolas (leia-se edifícios escolares) porque nelas se perpetraram os abusos desses tempos há 36 anos idos?

E o que fazer das Escolas que foram construídas depois do 25 de Abril de 1974? Sim... porque há escolas que foram construídas depois. Que lhes fazemos? Porque essas não são testemunhas mudas dessas atrocidades que descreve o articulista. São novas demais para isso. Essas vendemo-las também ou mantemo-las como monumentos ao tempo em que os alunos já não rezam a Avé Maria e nem são são “fustigados” por não fazerem os trabalhos de casa?

 

2.   Será enquanto ex-Vereador com responsabilidades na área da Cultura?

A ser nesta qualidade entende-se o tão grande desprezo pela memória colectiva do nosso Concelho. Porque não será demais relembrar que foi aquando da sua vereação, e como tal de sua responsabilidade pois a cultura era uma pasta sua, que se matou o Carnaval em Mortágua. E não fui eu o único a já o ter dito nas páginas deste jornal.

Lembro-me de discurso semelhante aquando do “abate” da primeira chaminé da cerâmica da Gândara. Nessa altura defendia que, já que os edifícios da cerâmica estavam irremediavelmente condenados pela nova visão do parque escolar, se mantivessem as Chaminés em memória da riqueza industrial que em tempos possuiu Mortágua e em homenagem aos Homens e Mulheres que com as suas mãos e o seu suor as construíram a partir do nada. A dada altura fui até chamado de comunista reles por defender um monumento à exploração dos trabalhadores, coisa tão em voga nos mesmos tempos idos antes daquela madrugada de Abril.

Mas no fim de tarde em que tentaram deitar abaixo a primeira Chaminé não se viu nem Vereador da Cultura nem qualquer outro alto dignitário do Concelho para testemunhar o abate de tão horrível monumento. Não... não se viu nada disso. O que se viu, o que eu vi enquanto lá estive, eram Homens Grandes, de barba rija, como se diz, e muitos cabelos brancos a tentarem a todo o custo segurarem uma lágrima que teimava em escorrer pela cara. Homens que a cada “tiro” não conseguiam mais segurar essa lágrima e a deixavam escorrer para logo outra tomar o seu lugar. Tiro após tiro, após tiro, após tiro, após lágrima, após lágrima... Todo o símbolo duma vida deitado abaixo porque a era moderna e o progresso não se coadunam com essas coisas da “memória opressiva”.

 

3.   Poderá ser ainda na qualidade de co-proprietário duma Escola Profissional...

A ser este o caso será talvez de relembrar ao articulista que a tal Escola Profissional reside num edifício onde em tempos foi um Colégio. Um Colégio desses com a fotografia do Presidente do Conselho ao lado do Crucifixo. Um Colégio onde os alunos levavam reguadas por não fazerem os trabalhos de casa.

Sinto-me tentado a perguntar: não o incomoda essa próximidade com tão hediondas memórias? Coabitar, ainda quem com quase 40 anos de intervalo temporal, como esses abusos e suplícios infligidos aos filhos do Povo. Não o perturba?

Mas será ainda  de lembrar que já depois de se tirarem as fotografias e os símbolos religiosos das paredes um director houve que nos corredores distribuía chapada a torto e a direito pelos alunos. Nos corredores desse Colégio liberado do jugo opressor da Mocidade Portuguesa e dos medos da defesa dos Territórios Ultramarinos.

 

Deite-se tudo abaixo. Tudo o que possa lembrar esses nefastos tempos. Ou deite-se abaixo, ou venda-se para ficar ao serviço do interesse privado. Esqueça-se é de uma vez por todas que tão macabros lugares estiveram algumas vez em contacto directo com as populações.

E depois, senhor articulista, o que nos resta? Quando tivermos vendido os dedos e os anéis o que vamos vender? Vendemos o pouco que nos resta da alma, aqueles que ainda a têm? Já em tempos referi um personagem de Gabriel Garcia Marques que até o mar do seu país tinha vendido aos americanos. Mais não restando, no local onde antes era uma praia agradável e acolhedora, do que um infindável e estéril areal pardo.

Esses tempos não voltam, caro articulista. Não tenha medo. Mais não seja porque não há já pinhais através dos quais possamos ir à chuva. Porque também aqui a modernidade e o progresso impuseram a sua força e alteraram a paisagem do Concelho.

Por fim resta-me dizer que, felizmente, nunca fui para a Escola descalço. Nem nunca fui a pé pelo pinhal à chuva e ao frio. Correu-me bem. Talvez os tempos fossem já outros.

Mas agradeço por ter partilhado comigo, e com os demais leitores afortunados como eu, a angustia dessa tão pessoal experiência.


sinto-me:

publicado por Mário Lobo às 17:45
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Sexta-feira, 26 de Março de 2010
Os Velhos

Les vieux ne parlent plus ou alors seulement parfois du bout des yeux

(Os velhos não falam mais ou então somente por vezes do fundo dos olhos)

Même riches ils sont pauvres, ils n'ont plus d'illusions et n'ont qu'un cœur pour deux

(Mesmo ricos são pobres, não têm mais ilusões e não têm mais que um coração para dois)

Chez eux ça sent le thym, le propre, la lavande et le verbe d'antan

(Em sua casa cheira a tomilho, a limpo, a lavanda e ao pretérito perfeito)

Que l'on vive à Paris on vit tous en province quand on vit trop long temps

(Ainda que vivamos em Paris vivemos todos na provincia quando vivemos muito tempo)

Est-ce d'avoir trop ri que leur voix se lézarde quand ils parlent d'hier

(E é de terem rido muito que as suas vozes se amargam quando falam d’ontem)

Et d'avoir trop pleuré que des larmes encore leur perlent aux paupières

(E de ter chorado muito que as lágrimas ainda brilham como perolas nas suas palpebras)

Et s'ils tremblent un peu est-ce de voir vieillir la pendule d'argent

(E se treme um pouco é por ver envelhecer o pendulo do relógio de prata)

Qui ronronne au salon, qui dit oui qui dit non, qui dit: je vous attends

(Que ronrona na sala, que diz sim que diz não, que diz: espero-vos)

Les vieux ne rêvent plus, leurs livres s'ensommeillent, leurs pianos sont fermés

(Os velhos não sonham mais, os seus livros estão ensonados, os seus pianos fechados)

Le petit chat est mort, le muscat du dimanche ne les fait plus chanter

(O pequeno gato está morto, o mascate de domingo já não os faz cantar)

Les vieux ne bougent plus leurs gestes ont trop de rides leur monde est trop petit

(Os velhos não se mexem mais os seus gestos têm muitas rugas e o seu mundo é muito pequeno)

Du lit à la fenêtre, puis du lit au fauteuil et puis du lit au lit

(Da cama à janela, depois da cama à poltrona e depois da cama à cama)

Et s'ils sortent encore bras dessus bras dessous tout habillés de raide

(E se saiem ainda de braço no braço todos engomados)

C'est pour suivre au soleil l'enterrement d'un plus vieux, l'enterrement d'une plus laide

(É para acompanhar ao sol o funeral d’um ainda mais velho, o enterro duma mais feia)

Et le temps d'un sanglot, oublier toute une heure la pendule d'argent

(E o tempo d’um soluço, esquecer a toda a hora o pendulo de prata)

Qui ronronne au salon, qui dit oui qui dit non, et puis qui les attend

(Que ronrona na sala, que diz sim que diz não, e depois que os espera)

Les vieux ne meurent pas, ils s'endorment un jour et dorment trop long temps

(Os velhos não morrem, deixam-se dormir um dia e dormem por muito tempo)

Ils se tiennent par la main, ils ont peur de se perdre et se perdent pourtant

(Têm-se pela mão, têm medo de se perder e perdem-se na mesma)

Et l'autre reste là, le meilleur ou le pire, le doux ou le sévère

(E o outro fica lá, o melhor ou o pior, o doce ou o severo)

Cela n'importe pas, celui des deux qui reste se retrouve en enfer

(Isso não importa, aquele que resta fica num inferno)

Vous le verrez peut-être, vous la verrez parfois en pluie et en chagrin

(Talvez o venham a ver, irão vê-lo algumas vezes na chuva e na tristeza)

Traverser le présent en s'excusant déjà de n'être pas plus loin

(A atravessar o presente já a desculparem-se de não estarem já mais longe)

Et fuir devant vous une dernière fois la pendule d'argent

(E fugir diante de vós uma última vez o pendula de prata)

Qui ronronne au salon, qui dit oui qui dit non, qui leur dit : je t'attends

(Que ronrona na sala, que diz sim que diz não, que lhes diz: espero-te)

Qui ronronne au salon, qui dit oui qui dit non et puis qui nous attend.

(Que ronrona na sala, que diz sim que diz não e depois que nos espera)

 

O texto acima, em tradução livre do francês, é a letra duma música de Jaques Brel. Descreve a velhice, dos que já são velhos e dos que serão velhos amanhã, pois o relógio de prata não para e tem paciência para esperar por nós todos.

Tive recentemente conhecimento de que a câmara pretende vender o Edifício da Escola Primária de Trezoi. Esta venda surge como facto consumado sem nunca se ter dado à discussão uma outra alternativa.

Construida há mais tempo do que muitos de nós se lembrarão este foi um edifício que esteve sempre ao serviço da população de Trezoi e das aldeias vizinhas. E é ao uso do povo que deve ficar. Isto não só em relação à escola de Trezoi, onde estudou também grande parte da minha familia. Onde aprenderam a ler e a escrever, a somar e subtrair. Onde aprenderam os nomes das serras e dos rios. Onde começaram a aprender a serem Mulheres e Homens, a ser Cidadãos Portugueses. Mas em relação a todas as outras Escolas do nosso Concelho, onde estudámos todos nós. Foi ainda nessas Escolas que aprendemos que a sociedade é um todo. Que tudo interage com tudo. Que aprendemos a História e a continuidade. Que aprendemos a viver juntos e a olhar uns pelos outros.

A típica Escola Primária Portuguesa é um edifício de paredes sólidas, construído em regra num local alto e soalheiro, virado a sul para optimizar a exposição solar. São em regras rodeadas por um generoso pátio. Claro que no geral a construção deixará alguma coisa a desejar face aos edifícios modernos, principalmente no que toca à capacidade de isolamento térmico. Mas nada que pouco a pouco, escola a escola, não se pudesse resolver.

O Concelho de Mortágua é, como infelizmente já disse várias vezes, um dos mais envelhecidos a oeste do maciço da Serra da Estrela. Claro que temos alguns serviços de suporte aos nossos velhos, que tão queridos nos são, avós e avôs de todos nós. Mas tudo o que possamos fazer por aqueles que nos trouxeram ao mundo e criaram será pouco.

Todas estas escolas, entre um milhão de outras coisas, podiam ser reconvertidas em centros de dia, entregues à associações locais. Há concelhos bem próximos do nosso em que os Centos de Dia existem em quase todas as aldeias, o de Tábua por exemplo. A criação destes Centros de Dia permitiria que os velhos não tivessem mundos pequenos entre a cama, a janela, a cadeia e a cama, como nos diz o Brel.

Permitia criar pontos de encontro onde juntos tivessem o seu almoço, na mesma distribuido pelos serviços sociais patrocinados pela Autarquia, ao invés de o fazerem isolados no seu mundo pequeno.

Permitia a criação de postos de trabalho, pois seria preciso quem os acompanhasse. Não só nas suas refeições mas também na organização de actividades lúdicas. Que os ajudassem na limpeza das suas casas e roupas, tarefas que começam a pesar à medida que os seus movimentos se enchem de rugas.

E quão maravilhoso é rodearmos-nos dum grupo desses Senadores da nossa sociedade e ouvir as suas vozes roucas, ver as pérolas nas suas pálpebras, acordar os seus livros e abrir os seus pianos. E sobretudo evitar que se limitem a esperar na chuva e na tristeza que o pêndulo de prata deixe de dizer sim e dizer não para eles.

Devemos-lhes isso. Manter viva a chama que durante tantos anos iluminou as suas aldeias. Devemos-nos isso.

Aos ilustres membros da Câmara Municipal de Mortágua tenho a pedir que não vendam a Escola de Trezoi. Não vendam nenhuma das Escolas.

As Escolas são nossas. De nós todos. Ponham-nas ao nosso uso. E se não soubermos como o fazer, então tratem de nos ensinar. Pois é também essa a vossa função: ensinar-nos a ser melhores cidadão.


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publicado por Mário Lobo às 12:00
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Sábado, 20 de Setembro de 2008
De Volta à Escola

Temos no nosso concelho colectividades com um já longo historial de promoção cultural. Quer através dos espectáculos que levam à cena, quer através de outras colectividades que convidam de todo o país e mesmo do estrangeiro. O aproveitamento dos edifícios escolares que vão ficar vazios pode em muito promover a actividade cultural em Mortágua. Podemos, com recurso a esses espaços, dar um salto qualitativo e quantitativo no que toca à cultura.

As perto de meia centena de salas, em cerca de 30 edifícios escolares, que vão ficar disponíveis são, grosso modo, todas iguais. Construção, disposição e áreas semelhantes. Esta uniformidade torna possível a elaboração de um projecto de utilização integrado.

Todas estas salas são potenciais espaços multiusos. Podem receber centros de dia, espectáculos, pequenas conferências e reuniões, camaratas improvisadas, etc… Podem ainda servir de base de apoio a actividades lúdicas e turísticas.
Para possibilitar esta utilização multifacetada é necessário ter equipamentos modulares que facilmente se transportem e se montem onde haja necessidade. Tomemos a exemplo uma camarata. Recorrendo a beliches tipo militar, a uma carrinha e a duas pessoas, rapidamente se pode montar um dormitório em qualquer local do concelho. Pode assim receber-se um grupo cultural que venha participar num qualquer evento. Acolher um grupo de uma colónia de férias. Instalar provisoriamente, no caso de uma necessidade, um conjunto de pessoas…
Com a mesma facilidade se pode montar um palco e uma plateia, organizar uma sala de reuniões, instalar um serviço de apoio a uma das provas desportivas que temos no concelho. Haja ideias e a infra-estrutura estará lá. Utilizável, reutilizável e, mais importante, com a faculdade de estar replicada quase meia centena de vezes por todo o nosso território.
A utilização enquanto centros dia irá por seu lado permitir atenuar o rude golpe que é privar uma povoação da sua escola. A existência destas estruturas permitirá acolher os idosos que são cada vez mais os únicos habitantes das nossas aldeias, ocupando-os com actividades lúdicas e culturais. Permite ainda suportar os já existentes serviços de apoio ao idoso.
É urgente e importante que surjam projectos válidos para todo este património imobiliário, sob pena de o vermos degradar-se perante a nossa inércia ou, pior, de o vermos entregue à iniciativa privada e mercantilista como vai acontecendo um pouco por todo o país.
 


sinto-me:

publicado por Mário Lobo às 17:08
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Segunda-feira, 11 de Fevereiro de 2008
A Democracia Está Doente

O amigo Vilarigues (autor do blog O Castendo) publicou no Jornal do Centro o artigo que segue.

Cá por Mortágua o combate às Associações de Estudantes passa, no caso da Escola Secundária Dr. João Lopes de Morais, pela criação de clubes de escola. Estes clubes, dirigidos por professores, são depois orçamentados directamente pela escola, criando uma "concorrência desleal" às actividades da Associação de Estudantes. Na altura (em 1994, se não e falha a memória) fundámos uma rádio-escola, organizamos torneios, legalizamos a Associação para que outros pudessem usufruir dos subsídios de estado. Agora está tudo entregue às mãos executivo e do seu presidente, um ex-MRPP que, tal como o seu amigo Durão Barroso, esqueceu a luta da democracia e igualdade e dedicou-se exclusivamente ao caciquismo. Ou será que nunca foram aqueles os seus valores... Mas adiante...

Na EBA, assistimos há vários anos tentativas de criar uma Associação de Estudantes sistematicamente boicotada pelas sucessivas administrações. Agora, entregue ao capital privado, as prespectivas não são melhores.

 

Mas deixo-vos o texto referido

 


 

No artigo anterior (edição de 25/01) abordámos o diagnóstico da democracia laboral em Portugal. Concluímos que há razões para preocupação quanto ao estado da democracia e o seu futuro. Mas as razões para inquietação não se ficam pelo mundo do trabalho. Longe disso. São muito mais abrangentes. De tal forma que pudemos afirmar sem receio de exageros que a democracia está doente.

Nem as escolas escapam. Os estabelecimentos de ensino deveriam ser um espaço de liberdade e formação cívica. Mas estão a transformar-se, com o patrocínio do Governo, num espaço em que se impõe a censura, a arbitrariedade e o autoritarismo.

Eis alguns exemplos concretos desse ambiente hostil e repressivo que aumenta na proporção do descontentamento estudantil:

Em Janeiro de 2007, o Governo confirmava a emissão por parte da Direcção Regional de Educação de Lisboa de um ofício que ordenava a professores e funcionários que tomassem parte na desmobilização de lutas estudantis.

Em Outubro de 2007, a DREN emitia a ordem de que fossem retiradas das escolas as faixas de propaganda estudantil que anunciavam manifestações e palavras de ordem. Em Valongo, agentes das forças policiais retiraram das mãos dos estudantes as faixas de propaganda. Intimidaram-nos a desmobilizar e a não prosseguirem a manifestação, inquirindo-os simultaneamente sobre a autoria das faixas.

Em Vila Nova de Gaia, agentes das forças de segurança procederam à identificação de estudantes que se manifestavam. Avisando-os que não deveriam continuar sob ameaça de que era um acto ilegal. Isto quando aquela acção de rua tinha sido devidamente comunicado ao Governo Civil do Porto.

No Porto, a manifestação foi alvo de uma tentativa das forças policiais para a desviar e impedir que se aproximasse das instalações da DREN, como previsto no aviso que havia sido entregue às autoridades. Um dispositivo de centenas de homens e algumas carrinhas do Corpo de Intervenção foi colocado frente a frente com 500 jovens de 14, 15 e 16 anos.

Na Escola Secundária Dr. João Carlos Celestino Gomes é negada aos estudantes a disponibilidade de um espaço para a constituição de uma associação de estudantes, impedindo a realização de uma Assembleia Geral de alunos prevista na lei. Na Escola Básica 2,3 Gil Vicente, o Conselho Executivo arroga-se o poder de impedir a participação de alguns estudantes nas listas para os órgãos sociais da associação.

Na Escola Secundária de Benavente, o conselho executivo julga-se no direito de limitar numericamente a dimensão das listas aos órgãos sociais das associações. Em várias escolas do País os conselhos executivos proíbem a fixação de cartazes e faixas de estudantes de apelo à luta, dentro e nas imediações das escolas. Em muitas escolas os conselhos executivos marcam as datas das eleições para as associações de estudantes. Há mesmo casos de instauração de processos disciplinares que são usados como instrumentos de repressão política.

Alguma dúvida sobre o facto do Governo agir de forma sistemática contra a participação cívica e democrática nas escolas?


sinto-me:

publicado por Mário Lobo às 12:44
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