A 25 de Abril de 1974 o Movimento das Forças Armadas (MFA) iniciava, a partir da Escola Prática de Cavalaria em Santarém, um golpe militar que levaria ao derrubar da Ditadura Fascista que oprimiu Portugal durante 48 longos anos. Com o fim da Ditadura Salazarista via também fim um sem número de atrocidades levadas a cabo por um regime tirânico e opressor.
Durante este quase meio século muitos foram os que lutaram contra a Ditadura e pagaram por isso com a sua própria vida. Muitos foram os que ficaram privados de uma vida “normal” por escolherem dedicar-se de corpo e alma a esta causa. Tão longa e tão dura foi a Resistência Anti-Fascista que deu aso a que seja Português o jornal clandestino mais tempo publicado de forma regular na mais completa clandestinidade, em qualquer país do mundo: O Jornal Avante! Perseguidos pela Polícia Internacional de Defesa do Estado/Direcção Geral de Segurança nunca estes Homens e Mulheres recusaram à tarefa que abraçaram com tanta dedicação: combater a Ditadura Fascista de António Oliveira Salazar. Da vida destes Homens e Mulheres, dos sacrifícios e das provações que sofreram podemos ler no livro “Até Amanhã Camaradas!” de Manuel Tiago, recentemente adaptado a mini-série televisiva.
Se foi o Movimento das Forças Armadas que derrubou na prática o regime, foi a longa resistência destes ser humanos excepcionais durante a longa noite fascista que permitiu criar condições e força de revolta suficiente para o fim da tão amenamente chamado Estado Novo.
Mas a Revolução fez-se. E, como diz o poeta: “Valeu a pena? Valeu pois!”.
Valeu a pena porque se mostrou que se podia viver numa sociedade melhor sem opressores nem oprimidos. Valeu a pena porque se acabou com uma inconsequente “Guerra Colonial” por onde passaram centenas de milhares de jovens portugueses. Valeu a pena porque deu ao Povo a possibilidade de escolher livremente o seu destino. Valeu a pena porque se mostrou que não interessa o quão fundo seja o buraco em que nos querem meter, nós saberemos sempre sair de lá vitoriosos.
Todos esses Homens que lutaram tão arduamente contra a tirania Fascista devem ser lembrados e homenageados. O dia dessa homenagem é o dia 25 de Abril. O dia, que sem saber quando, sempre acreditaram que chegaria. E que chegou.
Foi Abril que abriu as portas a um Poder Local eleito, representativo das aspirações populares. E é esse Poder Local que, em Mortágua, nega aos Heróis de Abril a homenagem que eles merecem.
Em Mortágua, uma vez mais este ano, já não se celebra Abril. Talvez porque em Mortágua já não se pratique Abril.
Esses valores fundamentais duma sociedade de todos e para todos, de “abrir o caminho para uma sociedade socialista” como diz a Constituição de Abril, são de mais em mais esquecidos.
Fala-se na “possibilidade de participar e intervir” mas esquecem-se que essa participação e intervenção só é possível se por parte do Poder Local houver abertura para isso. Se aceitarem de todos, e não só dos que lhes interessam, as opiniões e críticas que venham a ser emitidas.
O Concelho, tal como Abril, é de todos. E, mais importante ainda, para todos. A consolidação duma coqueluche oligárquica em nada é concordante com Abril. Talvez por isso, por Mortágua, não se comemore esse dia maior para a nossa Democracia. Para que outros, ao acordar da dormência a que foram vetados, se lembrem que não foi para isto que naquela madrugada de 1974 fizemos Abril.
25 de Abril Sempre? SEMPRE!!!
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