Texto publicado na Defesa da Beira em 1 de Agosto de 2008
Com a chegada do calor vem-nos à memória o tempo que passavamos, quando crianças, deliciados nos nossos cursos de água. Fosse a chapinhar, a pescar, ou tão só a aproveitar a sombra dos salgueiros e de outras árvores locais.
Hoje, tudo isso, não passa de saudade e de memórias distantes. As ribeiras correm quase secas, as águas sujas, a fauna piscicola é quase inexistente e, as margens descaracterizadas e inacessíveis.
O recente discurso da aposta no Turismo nunca encontrou reflexo na criação de reais condições para o desenvolvimento dessa área económica. Desconhece-se, inclusivé, qual o projecto de desenvolvimento turistico para Mortágua. Será provavelmente um aldeamento auto-suficiente junto a Almaça e um proto-campo de golfe na zona do Falgaroso do Maio.
Em verdade se diga que andar a visitar a maior mancha de eucaliptos nacional não é, de facto, grande chamariz. Assim, talvez se entenda a concentração de forças na região da, infelizmente « super-mega-hiper-ultra-poluída » (como diria a portagonista principal de uma telenovela da nossa televisão), Albufeira da Aguieira.
Com vários atletas de topo, a nivel mundial, e com uma bacia hidrográfica própria1 em conjunto com as barragens de Macieira e da Fraga (cuja solução se espera vir a ser encontrada) temos as condições ideais para o desenvovimento do turismo piscícola. Há, no entanto, muito trabalho ainda a fazer: regularizar as margens das ribeiras, recuperar as represas, regular caudais com recurso às albufeiras serranas, construir escadas de peixe, criar corredores ecológicos junto aos cursos de água e, mais importante que tudo, sensibilizar as populações para a riqueza que é uma rede fluvial em boa saúde.
Por fim, a criação de uma boa rede de acessos a toda esta rede fluvial, com a abertura de vias pedestres e ciclovias ao longo das nossas ribeiras.
1à excepção dos rios limítrofes (Mau, Criz, Dão e Mondego) todos os nossos cursos têm origem no nosso concelho
Anti-Fascismo
Lutas
Blogs Camaradas
PCP